quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Design de Sapatos no Japão

Apesar de o Japão remeter logo ao design tecnológico, não é de hoje que tal país se interessa pelo ramo de Design de Sapatos/Calçados, por exemplo. O mais interessante é que, mesmo depois de tanto tempo, os japoneses não demonstram - nesse segmento - preocupação com o conforto e praticidade como faz com outros produtos que criam.

Nos casos que irei mostrar a seguir, definitivamente a forma não segue à função como ideal de produto. A ergonomia é ignorada e a preocupação estilística é cultuada.

Inicialmente, as fotos expõem modelos atuais de sapatos criados (e usados) no Japão.




As fotos abaixo revelam a deformação que um produto pode causar em nosso corpo e, conseqüentemente, em nosso cotidiano, por um uso prolongado. Antigamente, “Pés Flor de Lis” eram sinônimos de beleza pra os homens e de sofrimento para as mulheres.










marjOrie.simÕes

O Desenvolvimento do Design em Diferentes Países

Estados Unidos

A borracha, o acrílico, as resinas, etc., permitiam aos americanos trabalhar com formas curvas, parabólicas, que se contrapunham aos modelos racionalistas e modulados da Bauhaus.

Criaram o “Sistema Americano de fabricação”, que tinha como característica básica a produção em larga escala de produtos padronizados, com partes intercambiáveis. “Afetavam toda a organização e coordenação da produção, a natureza do processo de trabalho, os métodos de comercialização dos produtos, o tipo e a forma dos artigos produzidos”. (HESKETT, 1997).

A intensa competição comercial criada nos Estados Unidos pela grande depressão dos anos 30, fez surgir o estilo aerodinâmico, que se destacou pelo dinamismo e modernidade. Suas origens estão no estudo da vida natural no século XIX, na observação da eficiência da forma orgânica de pássaros e peixes. Este estilo foi largamente explorado no projeto de submarinos e aviões, e caracteriza-se pelas formas alongadas e esbeltas, apontadas para frente, e afiladas na ré para reduzir a turbulência e a resistência ao avanço.


“Designed by Henry Dreyfuss, the "302" was introduced in 1937 with a metal housing. Great art deco styling, it was the first phone to have all the components in base”.



“This is a classic Tupperware design as made in Brazil in the late 1970s when the brand began to be produced here. Mr. Earl S. Tupper was the inventor of the patented airtight lids in 1946, standard for plastic utensils since and only possible due to the unique flexibility of Polyethylene plastic. His original designs are sober, utilitarian and aesthetically pleasing, a perfect translation of Modern design ideals into household goods”.



Itália

Podemos identificar uma forte influência da Pop Arte norte-americana sobre a cultura da Europa, em especial sobre a Itália. Busca-se o rompimento radical da lógica forma-função, formalizando o “neo-kitsch”.

Surge a filosofia Menphis, que prega a idéia de que o objeto prescinde do conforto, importando mais sua expressividade que sua funcionalidade. Não é um design voltado para a massa da população.


“Limited-edition motifs for Alessandro Mendini: Alessandro M. Corkscrews”.



“With the “Geo” drip coffee maker, Mendini, with his decorative and anthropomorphic mark, even manages to break up the ranks of kitchen appliances. While we are used to “asking” these items to be merely useful, functional and efficient, with “Geo”, Alessi asks us to approach a poetic machine, our very own dandy in harlequin blouse which we’ll have great fun taking by the ears, literally, very own time we want to prepare a cup of filter coffee. But though “Geo” cannot pass unnoticed, particularly because of its appearance, this drip coffee maker offers, as always, Alessi’s guarantee of maximum quality”.


Alemanha

É o berço do Design Industrial. Sempre muito influenciados pela Bauhaus, os designers trabalham freqüentemente em conjunto com os engenheiros. Possui um forte conteúdo técnico e uma estética despojada.

*Um bom arquivo sobre Design Alemão: http://theurbanearth.wordpress.com/tag/design-alemao/

Japão

O Design no Japão é um fenômeno recente. A maioria das grandes empresas dispõe, ao mesmo tempo, de grupos de Designers internos e recorre a designers consultores externos.




“É de 1988 esta poltrona chamada Miss Blanche, um exemplo do design japonês contemporâneo”.

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Western Electric "302" with Dial--1940s/1950s. Disponível em: <http://www.telephonymuseum.com/new_page_1.htm> acesso em: 24. set. 08.

Tupperware, c. 1980. Disponível em: <http://flickr.com/photos/galessa/791704941/> acesso em: 24. Set. 08.

Clever on Sunday, Tupperware ad, 1950s? Disponível em: <http://artdecoblog.blogspot.com/2006_09_10_archive.html> acesso em: 24. Set. 08.

Alessandro M. Corkscrews. Disponível em: <http://www.mocoloco.com/archives/000633.php> acesso em: 24. Set. 08.

Alessandro Mendini Geo drip coffee maker. Disponível em: <http://homeappliances.wordpress.com/2007/04/> acesso em: 24. Set. 08.

O país que ensina design. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/suplementos/not_sup193766,0.htm> acesso em: 24. Set. 08.



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2ª aula: 22/08/08

Nessa sexta, Luciano apresentou alguns portfólios da turma passada para termos uma idéia melhor do que é um Portfólio Virtual. O site para nos basearmos é: http://www.cchla.ufrn.br/portfoliovirtual/portfolios.php. Notei certo receio por parte de alguns colegas quando fomos avisados de que nossos Portfólios seriam apresentados em sala de aula para o resto da turma (e por isso deveria ser virtual). Também não simpatizo muito com a idéia. Ainda acho que Portfólio é pessoal demais pra se expor assim.

No segundo momento da aula, o professor deu início aos slides que explicavam o desenvolvimento do design em diferentes países. Uma síntese entre o texto entregue na 1ª aula e os slides dessa 2ª aula está como link na coluna esquerda deste Portfólio.


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terça-feira, 23 de setembro de 2008

Movimentos, Estilos e Escolas.

Arts and Crafts

Esse movimento foi uma reação contra a Revolução Industrial, numa tentativa de voltar à produção artesanal. A produção manufaturada poderia possibilitar uma melhor qualidade de vida para os trabalhadores, e poderia contrabalançar o empobrecimento estético gerado pela produção industrial. Era um movimento de reforma social, além de estilístico, mas que obteve pouco sucesso devido aos preços elevados dos produtos desenvolvidos.

“Side chairs from different Arts and Crafts designers reveal individual design within a common theme.”

“"Peruvian Lily," an English design. The flower of this design from c. 1890. Abstracted in the manner of the finest Arts & Crafts Movement designs:


This is the Shapland and Petter Arts & Crafts chair that made my heart skip a beat. Note the hand-carved detail and the handpainted peacock feathers. The chair next to it (at left) is a William Morris design.


Another fine example of Arts & Crafts furniture. We don't need another table but I like the honeycomb effect on the top of this one.”



Art Noveau

Surge como o primeiro grande estilo realmente internacional, estilo da elite européia. Foi o último sopro de vida à filosofia de produzir objetos artesanalmente. Valorizava o trabalho individual do artista que buscava reproduzir a natureza, falando da vida bucólica que começava a sumir na Europa. No Brasil, teve fortes influências no campo gráfico em revistas, cartazes e rótulos.



Art Déco

Sucessor do Art Nouveau como estilo decorativo caracteriza-se por ser menos ornamentado que seu antecessor, menos floral e mais geométrico, menos orgânico e mais mecânico, menos um entrelaçamento de linhas e mais uma sobreposição de planos.

Art Deco Bar Table From Svenska Mobler strange closets


Deutscher Werkbund

Foi uma associação de artistas, artesãos-industriais e publicitários cuja meta principal era melhorar o trabalho profissional mediante a educação e a publicidade através da ação conjunta entre arte, artesanato e indústria. Era de caráter social, pois procurava enobrecer o trabalho; caráter econômico, pois tentavam melhorar a qualidade dos produtos e favorecer sua exportação. Consistia em racionalizar e padronizar os produtos industriais.

Art Nouveau in Germany was known as Jugendstil.

German Art Nouveau has been called the Birthplace of Modern Design. The Deutscher Werkbund was founded in 1907 to advance the quality of Industrial Design, and it is from this foundation that the later Bauhaus style developed - which is probably the most important school in the history of object design.

Germany was never involved in the anti-mechanisation Arts & Crafts Movement, and had no philosophical problem with the idea of mass production.

Jugendstil tended to use geometric forms and undecorated surfaces.

Richard Riemerschmid (1868 -1957)

Jugendstil architect and designer, one of the founding members of the Deutscher Werkbund. This chair was exhibited at the Paris World Fair in 1900”.

O Grupo De Stijl

Baseava-se nas linhas retas e nas cores primárias buscando uma sintonia de propósitos entre a arquitetura, as artes plásticas e o design.

“A cadeira Red/Blue de Reitveld, além de ser pioneira no uso da teoria do design neoplástico nas artes aplicadas, serviu de inspiração para a cadeira B3 Wassily, de Marcel Breuer (1925)”.


A Bauhaus

Procurava dar um novo caráter à relação artífice-artista. Pregava a produção artística com a industrial, tentando transformar o artesão em produtor industrial. A produção em série era sua especialidade. Seus produtos eram desprovidos de ornamentos, modulados e padronizados, para que pudessem ser executados em qualquer parte do mundo. Buscava encerrar a polêmica entre artesanato e indústria tornando-os extremos que se completavam.

O trabalho artístico não tinha como finalidade apenas a criação de formas, mas também modificar através destas formas o curso da vida cotidiana. Fortalecia-se a visão de que a forma deveria seguir à função. O homem moderno deveria estar cercado de objetos funcionais, inclusive sua casa, que passa a ser pensada não só esteticamente, mas também funcionalmente.


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BRADFORD, Tara. Meeting Di of Designers' Block UK. Disponível em: <http://parisparfait.typepad.com/paris_parfait/2007/08/index.html> acesso em: 23. set. 08.

CONTENT, Antiques and the Arts Editorial. Two Red Roses Collection Of Arts & Crafts At Leepa-Rattner. Disponível em <http://antiquesandthearts.com/Antiques/TradeTalk/2006-03-28__10-41-24.html> acesso em: 23 set. 08.

Amber by Berlinda. Disponível em: <www.amberbelinda.com> acesso em: 23 set. 08.

CLOSETS, Strange. Design Vocabulary . . . Art Deco. Disponível em: <http://www.strangeclosets.com/2008/03/design-vocabulary-art-deco.html> acesso em: 23. Set. 08.

Art Nouveau in Germany. Disponível em: <http://katsclass.com/10760/designwk06.htm> acesso em: 23. Set. 08.

BAIXOS, Países. O Movimento De Stijl. Disponível em: <http://cartazespaisesbaixos.blogspot.com/2008/04/o-movimento-de-stjil.html> acesso em: 23. Set. 08.

Blogift. Bauhaus, a revolução não terminou. Disponível em: <http://www.giftcom.com.br/blog/index.php/2008/04/01/bauhaus-a-revolucao-que-nao-terminou/> acesso em: 23. Set. 08.

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Sobre Design

DESENHO INDUSTRIAL ou DESIGN

Introdução

O termo Design tem origem na língua inglesa e significa desenho, composição visual ou projeto (em português) o qual contém um plano intencional a serviço dos meios de reprodução em massa. Design é o “estilo da cópia”. Possui características exteriores, mas, sobretudo, se importa mais com relações estruturais e funcionais.

“O Design é uma atividade que consiste em criar, segundo parâmetros econômicos, técnicos e estéticos, produtos e objetos que serão em seguida fabricados e comercializados”. (VITRAC apud SCHULMANN, 1991)

“A maioria dos produtos que nos acompanha em nossa vida diária foi objeto de um estudo de design industrial. Infelizmente, o grande público compreende muito freqüentemente, o Design como um fenômeno marginal, que produz objetos efêmeros" (SCHULMANN, 1991).

Histórico

O Design surgiu com o nascimento da Revolução Industrial, com a divisão do trabalho e a especialização por tarefas. A Revolução Industrial trouxe a possibilidade da reprodução em massa dos objetos.

Neste período, tenta-se aproximar artesão e máquina, surgindo a idéia de produzir artigos baratos em menor período de tempo. Tais artigos deveriam ser de simples execução já que as máquinas não poderiam imitar o trabalho manual em toda sua riqueza de detalhes.

Apesar da produção de impressos ter atingido no final do séc. XIX a produção de milhares de unidades, a maioria dos autores menciona o início do séc. XX como o momento inicial da massificação do Design. É a valorização dos “bens duráveis” em detrimento dos “bens efêmeros”.

Temos no Fordismo um importante paradigma histórico na definição dos grandes movimentos econômicos, sociais e culturais na primeira metade do séc. XX. O automóvel foi o primeiro grande exemplo de uma sociedade que começava a ser mecanizada. Henry Ford produziu o “Modelo T” e foi responsável pelo surgimento das bases do moderno sistema de produção em massa, caracterizada pela padronização do design, associada à fabricação de peças intercambiáveis.

Logo nas primeiras décadas do século XX, em Detroit, Henry Ford coloca em prática na sua fábrica de automóveis a produção em série, através das famosas linhas de montagem. Essa nova forma de trabalho consistia na avançada fragmentação de tarefas entre os diversos operários de sua fábrica. Ou seja, cada trabalhador seria responsável por uma única tarefa, que deveria ser repetida infinitamente de forma a se alcançar uma maior produtividade.




Entretanto, o primeiro objeto a ser produzido em massa nos Estados Unidos foi o rifle de pederneira de John H. Hall, que possuía linhas simples, despojadas de ornamentos e, principalmente, partes intercambiáveis.

Hall's Breechloaders of Harpers Ferry

Maine inventor John H. Hall was to receive credit for two notable achievements in firearm history. But despite being the creator of America's first military breechloading rifles, and creator of the first American firearm made with totally interchangeable parts, it took Hall four years to complete the first 22 handmade flintlock breechloaders from his initial government contract of 1,000 ordered in 1819.

Moving operations south from Portland, Maine, to Harpers Ferry, VA., Hall occupied a former sawmill along the Shenandoah River and devoted several years to the construction of workshops and precision machinery to fully meet his goal of interchangeable parts. Hall’s flintlock falling block rifles were reliable arms that were used in the Mexican War, and later his percussion rifle and carbine models were extensively used in the American Civil War. The manufacturing technology developed at the innovative Hall’s Rifle Works was the groundwork for future American military arms production, both at Harpers Ferry Armory and at Springfield Armory.

In the National Firearms Museum collection, several Hall's rifles and carbines are currently on exhibit. Case 31 displays one of the museum’s prizes -- a nearly mint condition flintlock Hall rifle with original bayonet. Other examples are shown in the Mexican War exhibit, including a separated carbine/rifle breechblock that illustrates how the Hall design could provide an impromptu single-shot "pistol" if needed”.





JÚNIOR, Norton Frehse Nicolazzi. A Revolução Industrial. Disponível em: <http://pessoal.educacional.com.br/up/20021/1111376/t1311.asp> acesso em 23 set. 08.

PARTS, Unique Cars &. Ford Modelo T. Disponível em: <http://www.uniquecarsandparts.com.au/lang/pt/car_info_ford_model_t.htm&usg=ALkJrhiIPHaVTZdEICZ2gEuTfn58wWrdFg> acesso em 23 set. 08.

MUSEUM, National Firearms. Hall's Breechloaders of Harpers Ferry. Disponível em: <http://www.nationalfirearmsmuseum.org/archive.asp> acesso em 23 set. 08.


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1ª aula: 15/08/08

Luciano entregou e explicou o Programa da Disciplina, enfatizando alguns livros importantes na Bibliografia.

Sugeriu ainda a leitura de dois textos sobre Portfólio (o qual o resumo está no link “Portfólio”) e pediu que respondêssemos em grupo cinco perguntas para discutirmos na próxima aula:

1. O que é Portfólio?

2. Para que serve?

3. Quais os tipos/formas de elaborar um Portfólio?

4. Como você vê o Portfólio como método avaliativo?

5. Como você imagina fazer seu Portfólio?

Em um segundo momento da aula, o professor mostrou slides com a introdução ao Desenho Industrial ou Design. Vimos um breve histórico, alguns movimentos, estilos e escolas que estão resumidos em outros Marcadores na coluna esquerda deste Portfólio.


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quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Sobre Portfólio.

O Portfólio é uma modalidade de avaliação retirada do campo da arte pensado como lembranças de “obras em processo”, no qual possui a finalidade de reeducar a capacidade de percepção, compreensão e valorização dos discentes, atuando como facilitador da reconstrução e reelaboração, por parte de cada estudante, de seu processo ao longo de um período de ensino. É a natureza evolutiva do processo de aprendizagem, pois permite que os professores tenham clareza do que seus alunos aprenderam e que os alunos tenham uma referência do que necessitam aprender.

De acordo com COLLINS (1991), há quatro tipos de evidências que podem fazer parte de um Portfólio: os artefatos (documentos produzidos durante o trabalho do curso), reproduções (documentos que incluem acontecimentos fora de sala de aula), atestados (comentários realizados pelo professor) e as produções (documentos especificamente preparados para dar forma e sentido ao Portfólio, com explicação de metas, as reflexões e as anotações). Cada um decide que trabalhos e momentos são representativos de sua trajetória.

O que particulariza o Portfólio é o processo constante de reflexão, de contraste entre as finalidades educativas e as atividades realizadas. Tal método avaliativo é considerado uma reconstrução do processo de aprendizagem porque os estudantes aprendem melhor a partir de um compromisso com as atividades que acontecem durante um período de tempo significativo e que se constroem sobre conexões naturais com os conhecimentos escolares.


HERNÁNDEZ, F. Cultura Visual, Mudança Educativa e Projeto de Trabalho. Porto Alegre: Artmed, 2000.


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Apresentação.

Este blog está destinado a uma construção reflexiva e avaliativa em espécie de Portfólio Virtual direcionado à disciplina de Desenho de Produto, ministrada pelo Professor Ms. Luciano Barbosa, representando a Universidade Federal do Rio Grande do Norte pelo Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes em seu Departamento de Artes.


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