quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Arquitetura De Interiores: Uma Breve Revisão Histórica

Como qualquer manifestação cultural, o mobiliário expressa as necessidades físicas e concepções estéticas da humanidade, documenta a sua trajetória, suas desigualdades e reflete a complexidade da sua organização social. Desta forma, somam-se às três funções básicas do mobiliário – repousar, guardar e suportar – as funções de especializar, hierarquizar e simbolizar.

Egípcios e gregos na antiguidade já ensaiavam a produção de alguns poucos exemplares que estavam longe dos conceitos do que conhecemos hoje como conforto, estética e estilo. No Império Romano, a madeira e o bronze foram forjados, fazendo surgir, entre outras novidades: o tripé com bacia para lavar as mãos, banquetas para sentar, entre outros utensílios. Na idade média, o mobiliário básico era: camas, mesas, baús e cadeiras, que não se organizavam numa disposição fixa, criando um layout que não reconheceríamos hoje em nossas casas. Sobre bancos e cadeiras, o máximo de conforto era as almofadas soltas sobre os assentos.

Já no Renascimento, o projeto de arquitetura tem um caráter unitário, abrangendo desde e os detalhes arquitetônicos, até o desenho do mobiliário. O comandante desta empreitada era o arquiteto-mestre, que liderava um exército de artífices, pintores, escultores e aprendizes. A partir de então, podemos considerar que surge uma maior preocupação com um sentido maior de interioridade mais próximo ao que conhecemos hoje, o que se deve à emergência dos valores burgueses relativos ao individualismo e a privacidade. A busca por maior recato e conforto, associada à crescente valorização da etiqueta social refletem-se na arquitetura de interiores. Surgem aí novas necessidades premidas pelos novos programas residenciais – novos ambientes – pela crescente diversificação na produção de móveis e pela procura por motivos ornamentais. Os novos ambientes diminuíam, conseqüentemente aumentava a necessidade de delicadeza e requinte no acabamento do mobiliário. A contribuição dos arquitetos se acumulava sobre os mesmos edifícios de origem, justapondo, sobrepondo, modernizando as linguagens arquitetônicas e ornamentais.

É assim, em resposta aos grandes momentos históricos, que nascem os estilos, variando de acordo com a evolução da técnica e as condições geográficas de cada país. E atente para o rigor dos critérios: um estilo só é legítimo, segundo os estudiosos, quando compreende a arquitetura, as artes, a decoração, o mobiliário e os objetos.

Tendências têm alcance limitado a uma das áreas já citadas, como por exemplo, a decoração Clean.

Estilo Luís XIV

A partir de 1660, na França, surgiu um estilo de mobiliário com características próprias do país. Muito contribuiu para a essa evolução a criação da Manufacture Royale des Meubles de la Couronne (Manufatura dos móveis da Coroa). Essa fábrica, fundada em 1667, aprovava o desenho e a execução de todos os móveis feitos para a corte, se constituindo um agente de controle de qualidade rigoroso sobre a manufatura francesa.



Estilo Luís XV

O estilo Luís XV esta inserido no período Rococó das artes e sofreu na França, por causa da Companhia Marítima das Índias as influências orientais da Turquia e da China. É considerado o mais original dos estilos franceses, totalmente livre da inspiração clássica.

Ao contrário do que foi o império antecessor, as mulheres ganharam uma grande importância social, tendo sido motivos das maiores inspirações para a decoração na corte.



Estilo Luís XVI

O estilo Luís XVI faz parte do período Neoclássico, uma reação formal aos excessos do período anterior. A biblioteca de Luís XVI no palácio de Versalhes revela linhas mais geométricas, contrastando com a decoração rocaille de Luís XV.



Barroco

Nascido na Itália, caracteriza-se por um estilo rebuscado, repleto de metáforas e antíteses e por uma volta às questões espirituais em oposição ao racionalismo renascentista.
Para a artesã Edith Diesendruck, foi uma época muito rica."Existia móvel para tudo. Hoje, as pessoas moram em espaços pequenos, e a tendência é reduzir a quantidade de móveis".



Art Nouveau

É uma forma de arte que valoriza o decorativo e o ornamental - em contraposição às formas industriais que então surgiam - determinando formas tridimensionais delicadas, sinuosas, ondulantes e sempre assimétricas. Os móveis têm entalhes inspirados em formatos de animais, folhas e flores.



Império

Por influência do Império de Napoleão que se implantara na França por ocasião da Revolução Francesa de 1789, os móveis e interiores sofreram uma tendência de linhas mais sólidas e pesadas, diferentes das que ocorriam nos móveis dos períodos monárquicos anteriores (Luís XV e XVI).



Modernismo

O modernismo conseguiu a adesão da alta burguesia, que apoiava entusiasticamente essa nova estética de materiais exóticos e formas delicadas. O objetivo dos novos desenhos reduziu-se meramente ao decorativo, e seus temas, como que surgidos de antigas lendas, não tinham nada em comum com as propostas vanguardistas do início do século. O modernismo não teria sido possível sem a subvenção de seus ricos mecenas.



Art Déco

O art déco liga-se na origem ao art nouveau. Derivado da tradição de arte aplicada que remete à Inglaterra e ao Arts and Crafts Movement, o art nouveau explora as linhas sinuosas e assimétricas tendo como motivos fundamentais as formas vegetais e os ornamentos florais. O padrão decorativo art déco segue outra direção: predominam as linhas retas ou circulares estilizadas, as formas geométricas e o design abstrato. Entre os motivos mais explorados estão os animais e as formas femininas.



Contemporâneo

O estilo contemporâneo é caracterizado pelo uso de materiais sintéticos, metal, madeira e vidro. No entanto, o desenvolvimento tecnológico passou a buscar para o mobiliário, o conforto e a total funcionalidade com uma beleza reduzida ao essencial. A arquitetura, também livre de excessos, se concilia com este mobiliário às vezes com a valorização do vazio e a máxima otimização do espaço. O minimalismo e a estética clean em seus aspectos práticos e simples, porém sofisticados, caracterizam bem este estilo.



Ecológico

A expansão da sociedade de consumo e do uso de produtos descartáveis associaram o progresso material à geração de lixo.

Na contramão dessa tendência, designers de todo o mundo têm se empenhado na valorização de produtos naturais, na reciclagem de materiais e no reaproveitamento de bens industriais.


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SITES CONSULTADOS

http://www.areliquia.com.br/Artigos%20Anteriores/33mobil.htm

http://sylkellydecor.blogspot.com/2008/09/estilo-lus-xv-1723-1774-o-estilo-lus-xv.html

http://www.casaecia.arq.br/luisxvl2.htm

http://www.arteplural.com.br/index.htm?/decoracao/estilos/barroco.php

http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=352

http://banco.agenciaoglobo.com.br/Pages/DetalheDaImagem/?idimagem=10809

http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=441

http://veja.abril.com.br/040707/p_122.shtml

http://www.novembromobiliario.com/content/showProduct/id/21

http://interioresdesign.wordpress.com/2008/07/15/estilo-contemporaneo/

http://www.arcoweb.com.br/design/design29.asp


marjOrie.simÕes


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